terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A REVOLTA DOS COLOMBOS FOI UM ATO DE CORAGEM

Da áfrica vieram os
Fortes navios negreiros
Em viagens cansativas
Cheios de prisioneiros
Foi uma triste viagem
Comiam até retombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Precisavam mão de obra
Europeus gananciosos
Souberam que lá da África
Vieram negros fogosos
Começou a corretagem
Batiam neles quão bombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Muitos negros aqui chegaram
Vindos da banda de Angola
Apanhavam no trajeto
Também não tinham escola
Viajavam na bagagem
Muitos doentes de trombo
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

A moda ali no momento
Era o comércio humano
Desrespeitavam os negros
Sob um regime tirano
Tratados como selvagem
Muito chicote nos lombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Os negros então fugiram
Numa noite muito escura
Só queriam liberdade
E uma vida mais segura
Estavam em desvantagem
Mas tinhas alma de pombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Quilombos se organizaram
Como foi o de Palmares
Juntaram religiões
Construíram seus altares
Mata fechada ou na vagem
Sempre ouviam os ribombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Assim bem organizados
Grupos bem constituídos
Tinham até vinte mil negros
Também eram guarnecidos
Prá enfrentar sacanagem
No espinhaço mil calombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Ficavam na mata escondidos
Muito bem amotinados
Aprendiam artes de guerra
Todos eram bem treinados
Sabiam levar vantagem
Moravam lá em biombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Tudo isto foi prenuncio
Da liberdade sonhada
Finalmente a lei áurea
Pode então ser assinada
Com respeito à sua imagem
Negros não merecem tombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Ainda há preconceitos
Dentro de todas as cores
São defendidos conceitos
Atrapalhando os amores
Ocorre em toda linhagem
Nas relações muitos rombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Arnaud Amorim

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