domingo, 24 de agosto de 2008

AVISO


ATENÇÃO!!!

Se surgisse hoje em sua vida a oportunidade de você ter mais dinheiro, liberdade e segurança, seja sincero(a), você gostaria de conhecer esta oportunidade?

Pessoas interessadas entrar em contato comigo pelo e-mail arnaud.flp@gmail.com

quarta-feira, 30 de julho de 2008

NOSSA ALIMENTAÇÃO

A nossa alimentação
Já não é mais como outrora
Cresceu a população
Por todo mundo afora
Para atender à demanda
A qualidade desanda
E este quadro piora

O que comemos agora
É muito precipitado
Adubo químico e hormônios
São cada vez mais usados
Isto é muito verdadeiro
Os nossos hortigranjeiros
Estão muito envenenados

É o adubo no chão
E o agrotóxico no ar
Hormônio nos animais
Nunca deixam de botar
E os pobres consumidores
Padecerão grandes dores
Quando a doença chegar

Um frango antigamente
Demorava um tempão
Beliscando a comida
Na fazenda pelo chão
Hoje é tudo diferente
Come outro ingrediente
Misturado com a ração

O gado sofre aftosa
E o mal da vaca louca
O consumo sempre é grande
E a ganância nunca é pouca
O preço é sempre caro
E a doença não raro
Já entra por nossa boca

Os frutos colhidos verdes
Não finda a maturação
A seiva bruta se perde
Nas raízes pelo chão
E o nosso organismo
Pela pressa e egoísmo
É quem sofre esta ação

No êxodo rural foi grande
A corrida pra cidade
Para trabalhar no campo
Hoje é uma raridade
Quem segura a produção
É a industrialização
Que só busca quantidade

A nossa alimentação
Se restringe a toxinas
Gorduras, açúcar e sal
Com bem poucas vitaminas
E assim a grande massa
É quem paga com a desgraça
Com a doença assassina

Um quadro preocupante
Se pinta então no país
Há muita gente doente
Pra morrer faltando um triz
Em todos os hospitais
Hoje há doentes demais
Gente enferma e infeliz

A percentagem é alta
São muitas enfermidades
Acidentes vasculares
Problemas de obesidade
Câncer e hipertensão
Infarto no coração
É dura a realidade

Há uma grande saída
Pra esta situação
É buscar o natural
Para a nossa nutrição
Complementos alimentares
Vitaminas e similares
Ai está a solução

Pesquisando este assunto
Vi uma alternativa
Eu encontrei um produto
Que é a saúde viva
Há dois mil anos atrás
Comprovado e eficaz
Por sua ação tão ativa

Usado pra embalsamar
O corpo de Jesus Cristo
O aloés empregado
Por um cidadão benquisto
Comprovou a eficiência
Mostrando para a ciência
O benefício previsto

Vendo isto um americano
Foi afoito e ousado
Abriu logo uma empresa
Há trinta anos passados
Concluiu sua pesquisa
E firmado nesta guisa
Foi muito iluminado

O carro chefe da empresa
É a planta Aloe Vera
Chamam-na planta saúde
É eficiente e prospera
Tem duzentos nutrientes
Minerais eficientes
O organismo regenera

A empresa se expandiu
Está em mais de cem países
Onde entrou nunca saiu
E deixa muitos felizes
E nesta oportunidade
Muitos vêem a claridade
Na vida, outras matizes

No Brasil faz treze anos
Que começou sua ação
Um milhão de vendedores
Ultrapassa em explosão
E estourou no nordeste
Com um distribuidor da peste
Ex-mecânico de avião

Foi no Rio de Janeiro
Que ela entrou com firmeza
São Paulo e Porto Alegre
Curitiba é uma beleza
Belo Horizonte e Belém
Natal, Recife e ainda vem
Prá Brasília e Fortaleza

Aqui na minha família
Eu tinha escoliose
Minha irmã tinha alergia
Minha esposa tinha artrose
A minha sogra coitada
Era sempre receitada
Com remédio, muitas doses

Todo mundo hoje é feliz
Satisfeito e faceiro
Trabalhando nesta empresa
A qual nos deixa inteiros
E tomando Aloe Vera
A nossa vida prospera
Com saúde e dinheiro

Se você então quiser
Melhorar sua saúde
Ganhar bastante dinheiro
E viver em plenitude
Entre em contato comigo
E venha ser meu amigo
Tenha coragem e atitude


Meu email: arnaud.flp@gmail.com

Sites da empresa:

No Brasil: www.flpbr.com.br

http://www.flpbr.com.br/distribuidor/787/arnaudcamo/

Internacional: www.foreverliving.com
Arnaud Carlos de Amorim

Distribuidor independente

FLP 550 000 467787

domingo, 6 de julho de 2008

MINHA YASMIN

Esta é a rosa mais perfumada
Que Deus colocou no meu jardim
Entre todas é igualmente amada
Minha cheirosa rosa YASMIN

Não sei porque ela foi embora
Malvadeza tiraram-na de mim
Desde ontem meu coração ainda chora
Por favor tragam minha YASMIN

FRAGMENTO


Sou um simples fragmento
Perdido na amplidão
Sómente meus pensamentos
A tudo resistirão
(Arnaud Amorim)

MAS HÁ UMA RESTRIÇÃO
A QUAL VOCÊ NÃO SABIA
TROUXE CONSIGO A MISSÃO
DE SER MESTRE EM POESIA
(Carlos Aires)

Ser mestre em poesia
E com a trova mais fina
Sei até a moradia
É o poeta de Carpina
(Arnaud Amorim)

O POETA DE CARPINA
LHE AGRADECE COM CERTEZA
FAZEMOS VERSOS,POIS DEUS
NOS DOTOU DESSA GRANDEZA
OS ELOGÍOS AGRADEÇO
MAS SEI QUE O ENDEREÇO
DO POETA É EM FORTALEZA
(CARLOS AIRES)

Digo-lhe com inteireza
Pois tenho conhecimento
Quem nos dá toda a destreza
É o Rei do firmamento
Criou a diversidade
Com muita graça e bondade
E me ajuda no momento
(Arnaud Amorim )

QUEM NOS DEU ESSE TALENTO
DE FABRICAR POESIA
NOS DEU FORÇA DE VONTADE
VERVE E SABEDORIA
E SE ISSO NÃO BASTASSE/
PERMITIU QUE SE FORMASSE/
ESSA NOSSA PARCERIA
(CARLOS AIRES)

Esta nossa cantoria
Já está fazendo escola
E eu na minha euforia
Já comprei uma viola
Vamos juntando os repentes
Alegrando estas gentes
e dando este show de bola
(Arnaud Amorim)

SUA IDEIA ME CONSOLA
MAS COMIGO NÃO SE ALINHA
VOCÊ TEM SUA VIOLA
EU AINDA NÃO TENHO A MINHA
E NEM PRETENDO COMPRAR
POIS SÓ APRENDI TOCAR
ATÉ HOJE CAMPAINHA.
(CARLOS AIRES)

Você toca campainha
Pois já vai na dianteira
Aquela viola minha
Foi apenas brincadeira
Quis aprender violão
Quando peguei a lição
Não passei nem da primeira
(Arnaud Amorim)

MAS A NOSSA BRINCADEIRA
TÁ VIRANDO COISA SÉRIA
UM PEQUENO FRAGMENTO
TORNOU-SE NUMA MATÉRIA
DE VOLUME E DE GRANDEZA
DANDO A NÓS DOIS A CERTEZA
QUE NÃO SOMOS DE PILHÉRIA.
(CARLOS AIRES)

Não é festa eleutéria
E ninguém está de baixo
Nem é rima deletéria
Pois nós somos cabras machos
Embora de outras cidades
Temos a mesma idade
Somos mel do mesmo tacho
(Arnaud Amorim)

NESSA HISTORIA EU ME ENCAIXO
NÃO VOU SAIR DESSE CLIMA
JÁ BOTEI FOGO NO FACHO
PRA ESQUENTAR MINHA RIMA
ESPERO A SUA CONDUTA
PRA QUE A NOSSA DISPUTA
TORNE-SE UMA OBRA PRIMA.
(CARLOS AIRES)

Isto é da minha estima
Revigora meu encanto
Nem abaixo nem acima
Mas cada um no seu canto
Na conduta da alegria
Disputando poesia
Para o povo do recanto
(Arnaud Amorim)

ISSO É QUE NOS CAUSA ENCANTO
CARO, ARNAUD COM CERTEZA
ESCREVER NESSE "RECANTO"
PARA NÓS É UMA GRANDEZA
COM REGRA E COM DISCIPLINA
EU ESCREVENDO EM CARPINA
E VOCÊ EM FORTALEZA
(CARLOS AIRES)

Para mim é uma beleza
Poder com Carlos versar
Por pratos limpos na mesa
E a todos encantar
Com a beleza da rima
E com astral bem prá cima
Esta canção entoar
(Arnaud Amorim)

EU QUERO CUMPRIMENTAR
O POETA DE FORTALEZA
POR SABER TÃO BEM RIMAR
E POETAR COM BELEZA
E TER O MERECIMENTO
DE UM PEQUENO FRAGMENTO
CRIAR VOLUME E GRANDEZA.
(CARLOS AIRES)

Minha vida hoje é tristeza
Meus netinhos foram embora
Levando toda a beleza
Deste velho avô que chora
Agradeço seu recado
Deixou-me mais consolado
Desde ontem até agora
(Arnaud Amorim)

quarta-feira, 11 de junho de 2008

LINDA NATUREZA

Nós que nascemos sem nada
Encontrarmos a beleza
Desta linda natureza
Que dádiva abençoada !
Termos ar pra respirar
Água pra nos saciar
No chão se planta a semente
E de forma comovente
Nasce uma bela fruteira
Que nos dá na vida inteira
O alimento fecundo
Há outras bênçãos no mundo
O astro rei, belo sol
Que aquece e no arrebol
Pinta uma tela linda
Mas encontramos ainda
Os movimentos do mar
Com suas vagas a espumar
E a beleza da lua
Sempre a pratear a rua
Mas em toda a plenitude
Pra mim a maior virtude
É Deus ter criado as flores
Com variados fragores
E a perfeita sintonia
Com toda esta harmonia
Que existe na imensidão
E nosso Deus de bondade
Fez tudo com autoridade
E nos colocou neste chão

MINHA LINDA SABIÁ

Minha linda sabiá
De pena clara na gola
Vivia sempre a cantar
Em sua bela gaiola
Com seu canto aveludado
Triste e cadenciado
Cantava toda gabola

Que saudade eu sinto dela!
Nunca mais a vi cantar
Hoje estava na janela
Ouvi outra sabiá
Pense na felicidade
Matei um pouco a saudade
De minha linda sabiá

RESPINGOS DE SAUDADE

A lua branca altaneira
Nascia na serra em frente
Pintando de branco a gente
Tão linda e tão faceira

Sua tintura prateada
Se espalhava pela mata
Transformava tudo em prata
Também pintava a calçada
E toda a meninada
No terreiro se juntava
E ali a gente brincava
Correndo pelo terreiro
Ganhava o mais ligeiro
Gastava toda energia
Naquela grande alegria
Até minha mãe chamar:
Meninos, venham deitar!
Na sala as redes armadas
Algumas telhas quebradas
Deixavam a lua passar
E ali descia o clarão
Que vinha até o chão
De prata o piso pintar

Que bela a claridade
Pela porta o açude em frente
Parecia uma brasa ardente
São respingos de saudade!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

SEGURO PRÁ NÃO CHORAR!


A casa branca caiada
Onde morou tanta gente
Hoje está indiferente
Totalmente abandonada
A porta está fechada
E o povo foi embora
A biqueira hoje chora
Chorando sobre a calçada
No terreiro criou mato
E o rebanho de patos
Não mais volta pro chiqueiro
Não adianta dinheiro
Se está tudo abandonado
O açude arrombado
A saudade dói no peito
O engenho com defeito
Não fabrica rapadura
Na lembrança a amargura
De um tempo que passou
E no meu peito marcou
Somente a doce lembrança
De um tempo de bonança
Meu pai na espreguiçadeira
E minha mãe na soleira
Sentados a conversar
Hoje é somente lembrar
Nada disso existe mais
Não posso rever jamais
Seguro pra não chorar...

BLOG DO BORJÃO

Parabenizo o amigo Ricardo Borges, pelo novo blog, agora com novo endereço, porém com a mesma riqueza de assuntos e temas.

Abraço

FELIZ ANIVERSÁRIO, KALIANE

Kaliane, hoje estamos radiantes
Dois de junho é um dia de alegria
Mãe e filha comemoram neste dia
Mais um ano de bênçãos abundantes

Que a alegria esteja em seu semblante
Derramada por Deus, o nosso Guia
Saúde, paz, amor e harmonia
Sejam graças grandiosas neste instante

Resta-nos dizer, a bem da verdade
Que a alegria se mistura com saudade
Afinal, és nossa caçula querida

Fique certa, que nas nossas orações
Desejamos do fundo dos corações
Parabéns, uma bela e longa vida!!!

Arnaud e Núbia

quarta-feira, 28 de maio de 2008

PÔR DO SOL


Queres ver um momento de beleza
Em que o bronze da terra em crisol
Vai avermelhando sua clareza
Na vermelhidão de um pôr do sol?

Pares um instante em quieteza
Ouças longe uma canção em bemol
Vejas o bordado de tanta riqueza
Das nuvens doirando o arrebol

O clarão vai morrendo lentamente
Dá-nos a sensação, dentro da gente
Que somos estranhos em outro país

Fiz a experiência esta semana
O êxtase gostoso que emana
Deixou-me imensamente feliz


Arnaud Amorim

MÃE SIGNIFICA AMOR


É o ser mais puro que há no mundo
Com seu coração integro e candente
Seu ventre desfibra o amor fecundo
A chama da vida de sua semente

Chora se o filho está moribundo
Contudo, não demonstra o que sente
Faz uma oração a cada segundo
O filho só cala quando está presente

Se está faminto, dá-lhe o peito terno
Sempre o abriga de seca a inverno
Se adoece sente a mesma dor

Beija seu filho, nina e bendiz
Em seu regaço o faz dormir feliz
Comprovando mãe significa amor

Arnaud Amorim

TEMPO MAIS FELIZ DA MINHA VIDA


As lembranças na mente vão passando
Parece a gravação de uma longa fita
Recordando uma passagem tão bonita
Da vida na fazenda eu lembro quando
De manhã ainda cedo o sol brilhando
Nós batíamos as enxadas no terreiro
A passarada cantava o tempo inteiro
Mamãe fazia um café reforçado
Coalhada e cuscuz bem misturado
E depois seguíamos pra vazante
Meus irmãos mais velhos iam adiante
Todo mundo seguia bem contente
Cantando ou embolando um repente
Nesta hora se ouvia uma canção
Todos de calça curta e pé no chão
Era grande a animação e alegria
E maior a limpa naquele dia
A vazante ficava uma beleza
As dez horas o almoço já na mesa
Feijão de corda, carneiro, arroz de leite
Naquela mesa grande, um deleite!
A sobremesa era rapadura
Do pote se tirava água pura
E voltava pra vazante novamente
E de novo pegava no batente
Só largava por volta de cinco horas
E mesmo assim antes de ir embora
Um bom banho no açude se tomava
Uma casaca de couro ali cantava
Uns nadando e outros dando pinote
Na pedra eu pegava um caçote
Pra pescar uma traira de anzol
Na serra lá atrás o pôr do sol
Pintava uma linda aquarela
Na mesa a coalhada na panela
Todo mundo comia satisfeito
Depois sentava lá no parapeito
Papai deitava na espreguiçadeira
Mamãe sempre sentava na soleira
A família toda ali reunida
Todo mundo contava sua lida
Se a lua brilhava no nascente
Mais alegrava o coração da gente
Foi o tempo mais feliz da minha vida

Arnaud Amorim

quinta-feira, 22 de maio de 2008

A LUA SORRIU

A lua sorriu pra mim
Eu estava na janela
E fiquei feliz assim
Também sorrindo pra ela

UMA VIAGEM AO PAÍS DE TIO SAM.



Eu guardava um sonho de um dia, poder conhecer outro país. Eis que em 1998, pintou uma grande oportunidade de viajar, para os Estados Unidos. Fiquei maravilhado ao ter esta oportunidade palpável de poder conhecer o país de tio SAM. E justamente para onde eu tinha muita vontade de viajar, que era Miami e Orlando. Todo o roteiro da viagem fora realizado por uma agência de viagens de Natal. Ao todo, éramos quase trinta casais.

Assim viajamos no início de dezembro daquele 1998. Vôo direto Natal/São Paulo/Miami. Medroso, principalmente para voar, não consegui dormir. A todo momento, acompanhava a viagem. Por volta de duas horas da madrugada, enfrentamos fortes turbulências. Confesso, que já estava pronto para adentrar à eternidade. Que coisa!. Mas, graças a Deus, aterrissamos de manhã, cedinho, no aeroporto de Miami. Pude ver logo o grande movimento de pousos e decolagens daquele aeroporto internacional. Ao me deslocar aos banheiros, presenciei logo a limpeza e organização.

Foram quinze dias maravilhosos em Miami, onde além de várias compras de equipamentos de ultima geração, podemos conhecer a cultura daquele grandioso país. Tudo muito organizado. A tecnologia domina tudo. Impressionante que o câmbio naquele momento era muito favorável. O Dólar custava exatamente um real. O que achei incrível, foi a facilidade que alguns colegas de viagem tiveram para abrir contas num banco em Miami. Tudo descomplicado, sem nenhuma burocracia. Vi que estes colegas já saíram com o talão de cheques no bolso. Na viagem entre Miami e Orlando, não lembro bem o nome da avenida, era alguma coisa parecida com Turneypike, eu tive um enorme susto, ao se aproximar um carro da polícia. Estávamos estacionados e aquele carrão parou logo atrás de nossa van. Dele saíram dois policiais, fortes e grandalhões. Parecia mais filme americano. Era quase isso, pelo menos estávamos em solo americano. Eu gelei. Só que eles chegaram, educadamente e perguntaram: “Do you need some help? Entendi que perguntavam se precisávamos de alguma ajuda. Agradecemos e eles foram saindo quando ainda ouvi: “Have a good trip” Nunca mais esqueci aquela cena.

Tive grande emoção ao conhecer a Disney, mais precisamente ao chegar em frente a Universal Studio. Lembro que próximo ao Natal, daquele ano, fazia muito frio. Em torno de 8 graus. À noite vimos nevar em Orlando. Tudo realmente muito bonito. Mas para dormir ligávamos o aquecedor no hotel. Muitos casais da nossa comitiva retornaram para o Brasil. Eu e minha esposa ainda ficamos mais oito dias em Miami. Tive oportunidade ainda de visitar o Down town, o Saw grass,um grande shopping e o Best buy. Eu que sou gamado em computadores, imagine o prazer que tive ao visitar a Computer USA. Uma beleza. O que mais me maravilhou ali naquela cidade, foi o respeito que há pelo cidadão. Exemplo: Achei magnífico ver o carro parando, mesmo sem sinal, ao tentarmos atravessar a rua. Gostei. Pertinho do natal daquela ano, voltamos para o Brasil. Tive um prazer inusitado em conhecer outro país, mas a alegria maior, foi chegar, à noite, naquele gigantesco aeroporto de Miami e poder fazer meu check-in para voltar para o Brasil. Foram momentos inesquecíveis aqueles vivenciados na terra de Tio Sam.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

VARA CURTA

Cutucou a onça com vara curta
Levou uma patada, arranhou a cara
Ficou calado, nunca mais se furta
Ao ver a tigre arguta, nunca mais encara

quinta-feira, 13 de março de 2008

ASSINE MEU LIVRO DE VISITAS



É mais fácil do que você imagina! Fácil e rápido.

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NOSSO MUNDO PIROU !

Escrevi um soneto com este mesmo tema: Mundo moderno. Todavia não deu para extravasar tudo em quatorze versos.
O nosso mundo moderno está pirado mesmo! Os poderosos tentam mudar os costumes e valores da sociedade consumidora. A sutileza é tamanha, que se não cuidarmos, seremos massa de manobra e entraremos na onda deles. A máxima agora é uma só: Pagando bem, que mal tem? O dinheiro pode tudo: Posar nua e fazer filme pornô. A mídia bate tantas vezes na mesma tecla: beleza, beleza, que termina parecendo a melhor coisa do mundo.
Roubar pode, envelhecer não! O maior pilantra, se for bem sucedido, é exemplo de sucesso. Conselho de idoso é idiotice. Ética, pudor e sentimentos são meras bobagens. Estes são os conceitos válidos numa sociedade de valores corrompidos.
Os sentimentos são atropelados. Não importam a leitura, o saber e a cultura. Beleza só exterior. A beleza fabricada fala tão forte, que muitas jovens inditosas morrem com lipo-aspirações mal sucedidas. Outras, no sonho de se profissionalizarem modelo, terminam como bulímicas e anoréxicas.
A parte mais bela e feminina da mulher é recheada com silicone, ficando como duas bolas de encher, sem falarmos nos sérios problemas de saúde que advirão com o tempo.
Filhos recém nascidos certamente não mamarão mais, para não comprometer a beleza da mãe. E os casos de câncer de mama aumentam a cada dia.
Nossa cidadania está ferida. Os jovens não têm interesse pela política. O patriotismo está esfriando.
Vamos acordar, chamar alguém para debater o assunto. Nosso mundo precisa primar pela busca de valores voltados para a vida saudável com lazer, cultura e cidadania.
Precisamos reconhecer que há um Deus, criador dos céus e da terra, que é soberano e cheio de amor e justiça.
Carecemos enfim, reconhecer que a família não pode ser desestruturada, sob pena de termos uma sociedade combalida.
Assim não dá. O nosso mundo pirou...

Arnaud Amorim

sábado, 8 de março de 2008

JOÃO AMORIM

És o primogênito da prole inteira
Ergueste as colunas da primeira tenda
Nosso pai te entregou toda a fazenda
Com teu trabalho alargaste a fronteira

Não conheço na história de minha vida
Um ser tão puro e igualmente verdadeiro
Exercendo o labor de fazendeiro
Como fazes com denodo em toda lida

És um exemplo de doçura e coragem
Teu nome há muito reside na paragem
No lado esquerdo do peito carmesim

Pinto teu quadro com muita clarividência
És o tutor de toda a descendência
Homenageio-te, caro João Amorim

Arnaud Amorim

MARIA AMORIM

Já percorrias uma admirável trajetória
Nos primórdios da vida em tenra idade
Pelo estudo primaste em tua cidade
Vislumbrando um futuro de vitória

Desenhaste o perfil de funcionária
Como esposa e mãe muito virtuosa
Exalando a fragrância de uma rosa
Trilhaste na direção de empresária

Levas a chama do labor como bandeira
Encerras o talento de uma guerreira
Mereces um quadro forrado com cetim

Colhes áureos frutos das boas sementes
Que semeias para ti e os descendentes
É tua esta homenagem, Maria Amorim

Arnaud Amorim

quinta-feira, 6 de março de 2008

UM LINDO DIA DE DOMINGO

Hoje é domingo, dia de intensa calma
Façamos um programa diferente
Vamos caminhar na praia ali em frente
Sorver ar puro e embelezar a alma

Já basta de prisão em apartamento
Não somos homicidas condenados
Andemos livres por todos os lados
O cabelo solto a saborear o vento

Daremos uma volta no paquete
E uns arremessos com vara e molinete
Na volta iremos marcar um bingo

Esqueceremos o tempo e com atraso
Só voltaremos após vermos o ocaso
Será um lindo dia de domingo !

Arnaud Amorim

A MULHER IDEAL

Pensei encontrar a mulher ideal
Usei toda minha criatividade
Queria ter nela toda as qualidades
E conviver com esta dama colossal

Imaginei como minha amada seria
Deveria ter a beleza de helena
O coração perdoador de madalena
E a pureza inviolável de Maria

Juntei todos estes tipos de mulheres
E conclui enfim todo os afazeres
De poeta solitário e sonhador

Ao ver as virtudes desta madona
Eis o entendimento que veio à tona
Tu és esta mulher, oh meu amor!

Arnaud Amorim

quarta-feira, 5 de março de 2008

MUITAS BÊNÇAOS PARA MINHA IRMÃ RITA

És um ser humano incomparável
Convivi em tua boa companhia
Podendo ver toda tua valentia
Mesclada ao teu lado tão amável

És um misto de doçura e de guerreira
Tens os mesmos talentos de Pandora
Tua bondade vem do início até agora
Esposa e mãe sempre doce companheira

Sobrepujas as turbulências da vida
Contas vitórias nos embates de tua lida
Preservando tua imagem tão bonita

Faço-te uma homenagem bem sincera
Suplico a Deus muita sorte em tua era
Muitas bênçãos para minha irmã Rita

Arnaud Amorim

TRANQUILIDADE SÓ TEREMOS LÁ NO CÉU

Isto já está por demais comprovado
Que o homem é um animal muito feroz
Vemos crimes hediondos praticados
Cada dia seu ato é mais atroz

Trombadinhas, assaltantes e criminosos
Tráfico, complôs, armas e munição
Já estamos cada dia mais nervosos
É só o que dá em nossa televisão

Este assunto já virou pura anarquia
Onde está a nossa cidadania?
A constituição só consta no papel?

O medo e a dor marcam meu peito
Convencido estou que não há jeito
Tranqüilidade só teremos lá no céu!

domingo, 2 de março de 2008

CAIÇARA !

Teu nome ainda está vivo na lembrança
Do povo heróico de tua cidade
Olho d’água não esquece tua bondade
Foste seu mandatário de confiança

Primaste pelo bem da coletividade
Sempre plantaste a boa semente
Ainda és lembrado por tua gente
Que guarda um triste preito de saudade

Lembramos aquela homenagem derradeira
Prestada por uma população inteira
A seu filho que ela tanto amara

Os desígnios de Deus não entendemos
Contudo, a tua história enaltecemos
Jamais te esqueceremos, oh Caiçara!

Arnaud Amorim

CACILDA AMORIM

Somente o amor é capaz de impulsionar
Uma mãe de uma forma tão tremenda
Para que todo ser agora entenda
O que torna está mulher tão singular

Ela protagonizou tão forte amor
Por todos aqueles que a cercaram
Que os pesos das angústias lhe pesaram
E Deus bondoso sua dor aliviou

O que me acalenta em sua história
É que clamou e Jesus lhe deu vitória
Mudando a dor em saudade tão ruim

Ficou o exemplo da mulher batalhadora
Esposa e mãe, em tudo foi vencedora
Um dia a veremos, Cacilda Amorim


Arnaud Amorim

QUERIDA IVANI

Sempre foste a favor da honestidade
Desde a época em que eras pequenina
Se existe uma pessoa genuína
Refiro-me a ti com toda sinceridade

O trabalho sempre foi tua bandeira
Comes o pão da forma que Deus ordena
O duro golpe que sofreste e aquela cena
Jamais esqueceremos a vida inteira

Deus tem propósitos durante nossa vida
Aperfeiçoando-nos em cada dor sofrida
A bondade parou ao chegar em ti

És super mãe e esposa admirável
De todas, certamente a mais notável
És muito amada, querida Ivani

Arnaud Amorim

sábado, 1 de março de 2008

SEJA O CÂNCER DEBELADO!

Quatro tipos de CA
Próstata, Mama, do Colo
E também câncer do Fígado
Acabam o protocolo
Cientistas mexicanos
Pesquisaram alguns anos
Só com produtos do solo

Eles são do instituto
De biotecnologia
Do Centro de Monterrey
Do México é a autoria
Foi um estudo muito sério
Que acaba com o mistério
E é grande a melhoria

Agave, sorgo, feijão
E o milho colorido
Contém moléculas importantes
Que inibem o referido
Já há o medicamento
Aguardando o momento
Para poder ser vendido

A notícia ainda fala
De forma bem explicada
Este feijão é o preto
Usado em feijoada
No prazo da previsão
Vou comer muito feijão
De forma até dobrada

A pesquisa é importante
E já tem data prevista
Foi um estudo realizado
Por mais de cem cientistas
Já existe a previsão
Para a liberação
Do medicamento em vista

Falam que no fim do ano
Muitos serão assistidos
Já venderão lá no México
E nos Estados Unidos
Depois numa ação global
A venda será geral
Está tudo definido

Oxalá que venha logo
E que seja aprovado
Que venhamos comprovar
Excelente resultado
Há muita gente sofrendo
E todo mundo torcendo
Seja o câncer debelado

Arnaud Amorim

ESTE PAÍS NÁO É SÉRIO!

Parece que não tem jeito
Este país tropical
Todos os dias a imprensa
Mostra roubo no jornal
Agora é a UNB
Deixe falar pra você
O que fez este lalau

Falei de UNB
Antes que a razão me mande
Veja o caro leitor
Como este caso se expande
Reitor da universidade
Adora excentricidade
O timothy mulhaland

Dinheiro em sua mão
Já não tem muito valor
Caso seja do erário
Ele aumenta o furor
E “investe” com ardil
Mais de oitocentos mil
Com um simples abridor

Gastou setenta e dois mil
Com chapa-branca zerado
Quatrocentos e setenta
Com o AP decorado
Com dinheiro faz fogueira
Oitocentos uma lixeira
Comprou três o desgraçado

Só televisor de plasma
Comprou cinco de uma vez
Anda com cartão no bolso
E nele tem liquidez
É uma verba de pesquisa
O reitor rouba e avisa
Que merece altivez

A pesquisa que falei
É de uma fundação
FINATEC é seu nome
De fomento a educação
Mas que pesquisa que nada
Querem é conta avultada
Tudo pronto no cartão

Foi eleito pelo voto
Ele tem autonomia
Desde a última eleição
Fala de democracia
Professores funcionários
Este bando de otários
Deram-lhe a maioria

Ainda acha o reitor
Que faz um bom magistério
Quem falou toda a verdade
Foi alguém de outro império
Ao ver a nossa gastança
Disse De Gaule da França:
- Este país não é sério!

Arnaud Amorim

MÃO DE DEUS

É preciso ter força de vontade
Para vencer o mal na negritude
Encontrar na dor alguma virtude
Levantar-se sem ter capacidade

No meio da areia quente do deserto
Sobreviver com simples pingo d’água
Resignar-se e aplacar toda a mágoa
Esta obra não é nossa, fique certo

Caminhar no vale da amargura
Sofrer o horror da triste agrura
E tatear na escuridão dos bartimeus

Nenhum ser vivente pode suportar
A dor ingente e o sofrimento superar
Se não for a acolhedora mão de Deus

Arnaud Amorim

UM JUSTO PREITO A EDMILSON AMORIM

Tua história é uma grande epopéia
É comparável a uma canção lendária
Com a força da prosa imaginária
Dos grandes feitos do tempo Pompéia

Quão valente guerreiro de uma saga
Trabalhaste com afinco e bravura
Conquistaste o teu lugar lá na altura
Com a força potente de uma draga

Tens o dom da altivez e liderança
Não conheci ninguém com esta pujança
Perscrutei do início até o fim

Mereces um lindo quadro, uma homenagem
Emoldurado com ouro e na abordagem
Um justo preito a Edmilson Amorim

Arnaud Amorim

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

KARLA MICHELLE

Tua tela deve ser mui bem pintada
És o fruto do nosso primeiro amor
Rosa branca com agradável fragor
Tão ansiosamente esperada

Chegaste de uma forma muito forte
Trouxeste luz para toda nossa vida
Tua presença muito nos consolida
Mudaste nosso rumo e nossa sorte

Tens o brilho próprio de uma estrela
Almejamos e bem feliz queremos vê-la
Prostramo-nos para que a gente apele

A Deus que sempre nos tem abençoado
Que realize o teu sonho mais sonhado
És muito especial, Karla Michelle

Arnaud e Nubia

KALINE MIRELLE

Pintar teu quadro foi muito agradável
És um misto de ternura e valentia
Exprimes muita beleza e simpatia
És de fato uma pessoa muito amável

É um privilégio ter uma filha tão boa
Uma flecha na aljava sempre pronta
Amiga, filha com quem a gente conta
Filha exemplar e excelente pessoa

Nosso amor por ti é cem por cento
Não cabe nem em todo o firmamento
Nossa afeição está à flor da pele

Carregas o bom perfume de uma rosa
És mãe amiga e uma esposa virtuosa
Filha guerreira, Kaline Mirelle

Arnaud e Núbia

KATIA SAMARA

Foste decidida até na hora em que nascias
Naquele alvorecer de linda aurora
Era dezembro, vinte e um, àquela hora
Em que a estrela da manhã já concedia

Seu lugar a outra estrela radiante
Que além do lume reflete a bondade
Admiramos teu caráter e lealdade
Tua ação se consolida a cada instante

És reluzente quão estrela da manhã
Guerreira como uma valente titã
Uma jóia preciosa e muito rara

Mãe amorosa e excelente companheira
Executiva brilhante e verdadeira
És grandiosa e singular, Kátia Sâmara

Arnaud Amorim

KALIANE YSLENA

Estamos por demais envaidecidos
Ao cantar teu nome em verso e prosa
E exalar esta rosa tão cheirosa
Deixa-nos muito alegres e embevecidos

Em nossa vida, trouxeste muita alegria
Lembramos quando eras pequenina
Parece que foi ontem, eras menina
Nosso filme é exibido todo dia

Vemos-te ainda jovem em nossa frente
Embora adulta e sempre tão inteligente
Para nós ainda és nossa pequena

Teu exemplo de guerreira é imenso
És virtuosa num centro tão intenso
Uma grande bênção, Kaliane Yslena

Arnaud e Nubia

ARNAUD FILHO

Tua tela é por demais interessante
Foste por tantas vezes desejado
Entre todos foste o mais esperado
Por isso nos deixaste tão radiante

Deus preparou o oportuno momento
Ainda lembramos tão abençoado dia
Encheste o nosso lar de alegria
Completando todo o nosso intento

És o filho nascido do coração
Foste sempre resposta de oração
Para andares sempre firme em seu trilho

Vejas que Deus tem te abençoado
Com lindos filhos e uma esposa a teu lado
Saibas que muito de amamos, Arnaud Filho!

Arnaud e Nubia

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

FILO (TROVANDO)

Se todo ser vivente
Olhasse mais para Deus
Seria mais complacente
Com os próximos seus

Quão bom se todas as gentes
Vivessem mais em amor
Estaríamos todos crentes
Que a vida tem mais valor

O tempo é curto demais
Para ser desperdiçado
Não desperdicemos mais
Cada segundo passado

Se nossa vida na rua
Está minada de medo
Vamos brincar com a lua
E aprender seu folguedo

Ontem a noite na janela
A lua olhou prá mim
Eu também olhei prá ela
Só faltou o bandolim

Arnaud Amorim

ELEMENTOS TÃO GRAVES

Assuntos tão financeiros
Que envolvem tanto óleo
Não podem ser corriqueiros
Mostrando seu portfólio

Não pode serem roubados
Uns elementos tão graves
Merece serem guardados
Debaixo de sete chaves

O petróleo hoje está
A cem dólares o barril
Isto dá pra explicar
Porque esta ação tão vil

Não se trata de um jogo
Ou brinquedo infantil
É muito mais desafogo
No progresso do Brasil

Arnaud Amorim

A COR DA SAUDADE

A saudade tem cor como
A paz, amor e alegria
É vermelha igual ao bromo
Mas dela tenho fobia

Mas pode mudar de cor
E muda de forma lenta
Se é caso de amor
Ela então fica cinzenta

O cinza que aqui saiu
Quero consertar e digo
É mais prá cor de anil
Que representa o indigo

Saudade faz analogia
Ao arco-iris então
Cinco cores irradia
Lá dentro do coração

Reflete a cor na mente
Azul, roxo e amarelo
Vai doendo lentamente
Tritura como farelo

Vai dependendo do tipo
Da saudade qu’é sentida
A cor varia, antecipo
Conforme a dor sofrida

Se há paixão recolhida
Sua dor é aumentada
E a cor lá refletida
É então alaranjada

Mas não esqueça porém
Que há mistura de cores
Com isso aumenta também
As matizes e suas dores

Quero ser bastante franco
Veja então como se faz
Fique perto e viva o branco
E a saudade vira paz


Arnaud Amorim

A MORTE FOI TRAGADA NA VITÓRIA

Já fui muito revoltado
E chorei de fazer dó
Pois meu corpo tão cuidado
Um dia virará pó


Não aceitava que Deus
Permitisse isso comigo
Fazer todos órgãos meus
Passar por tão vil castigo


Se Deus me desse poder
Com toda intensidade
Eu preferia viver
Por toda eternidade


Agora estou mais feliz
Pois Jesus está na glória
E Ele mesmo nos diz:
"Traguei a morte em vitória


Como eu ressuscitei
Ressuscitarás também
Para aqueles que chamei
Que ouvem e a mim vêm"

Arnaud Amorim

ALGUÉM VAI LEMBRAR DE MIM

Trovas têm muita valia
Vou versejando assim
Bem depois talvez um dia
Alguém vai lembrar de mim

Vou sair do anonimato
E passar a ser estrela
Mesmo trovador pacato
Serão muitos a querer vê-la

Minha estrela estava morta
Mas agora ela brilhou
Já se abriu a comporta
Muita água a lavou

Eu era bastante triste
Ninguém mais me conhecia
Porque ainda não viste
Esta minha cantoria?

Canto em verso e prosa
Corro cedo pro jardim
Escolho cheirosa rosa
E te ofereço assim

Arnaud Amorim

MAS EM TODA HISTÓRIA DA CRIAÇÃO, NINGUÉM TEM MAIS BELEZA QUE A MULHER

Toda obra da criação é perfeita
Admiramos tudo o que Deus fez
A beleza do universo é eleita
Ele criou cada coisa em sua vez
Nas galáxias ninguém mexe nem ajeita
Tudo gira como quem sabe o que quer
Podemos admirar a perfeição
Mas em toda história da criação
Ninguém tem mais beleza que a mulher

Vemos abelhas que fazem o seu mel
Trazendo o doce do néctar das flores
Voam direto na expansão de todo céu
Misturando nas corolas seus fragores
A passarada canta na floresta ao léu
Toda tribo tem seu chefe, o pajé
Que finca seus biombos pelo chão
Mas em toda história da criação
Ninguém tem mais beleza que a mulher

Há vários tipos de peixes pelos mares
Todos eles em perfeita harmonia
Em rebanhos numerosos pelos ares
Andorinhas fazem verão todo o dia
Nos jardins bailando pelos pomares
Os beija-flores dançam o seu balé
Desafiando a lei da gravitação
Mas em toda história da criação
Ninguém tem mais beleza que a mulher

A leão é o rei dos animais
Sua fêmea possui muita beleza
Nos buracos vivem os tamanduás
Os macacos são dotados de destreza
Nas pedras dos açudes os aruás
Caminham pelas trilhas sem chofer
Se grudam com enorme absorção
Mas em toda história da criação
Ninguém tem mais beleza que a mulher

Uma noite de lua é bonita
Tem beleza e magia singular
Acalma qualquer pessoa aflita
Que venha sua prata vislumbrar
Se a noite é de estrela a gente fita
A tênue luz se derramando na maré
Isto ao poeta dá muita inspiração
Mas em toda história da criação
Ninguém tem mais beleza que a mulher

A mulher desafia a natureza
Seus dois congressos em verticalidade
Excitam toda a força da macheza
Desrespeitam as leis da gravidade
O seu delta bem traçado trás beleza
Deixa louco qualquer um neste tripé
Despertando no homem o tesão
Pois em toda história da criação
Ninguém tem mais beleza que a mulher

Arnaud Amorim

MALDADE HUMANA

A maldade está no homem
Dentro do seu coração
É assunto confirmado
Em toda a geração
É pecador descendente
O pecado é concernente
À queda do pai adão

Ocorreu recentemente
Lá nos Estados Unidos
Jovens universitários
Tratados como bandidos
Em quatro oportunidades
Várias universidades
Muitos mortos e feridos

Veja o leitor a riqueza
Num país de primo mundo
Diferente da pobreza
D'um povo triste e imundo
Mas o trauma está na alma
Do jovem que nunca acalma
Perdura o stress profundo

Só ontem morreram seis
Na cidade de Illinois
Que gesto mais absurdo
Pras famílias e pra nós
Em todo mundo atirar
E depois se suicidar
Que atitude mais atroz

Chegar mirar a platéia
Mandar bala no povão
Que coisa inconcebível
É de cortar coração
Só se explica de um jeito
É ódio dentro do peito
Extravasado no cão

É mister buscar a Deus
E a Ele se entregar
Confessar os erros seus
E aprender a orar
Conversar com o paizinho
Que nos ama com carinho
Para tudo superar

Arnaud Amorim

GONZAGA REI DO BAIÃO, ESCREVEU A SUA HISTÓRIA

Exu lá de Pernambuco
Foi o seu torrão natal
Deve sentir muito orgulho
De ser o berço imortal
De filho de tanta glória
Tamanha é aceitação
Gonzaga rei do baião
Escreveu a sua história

De Exu foi para o Rio
E lá cantou um xamego
Fez um solo bem tocado
Não tremeu nem sentiu medo
Era eliminatória
Aquela apresentação
Gonzaga rei do baião
Escreveu a sua história

Depois vem meu pé de serra
Sucesso em sua carreira
Em todo nosso país
Levantou esta bandeira
Começou sua trajetória
Com muita animação
Gonzaga rei do baião
Escreveu a sua história

Quem não lembra asa branca!
Um baião bem nordestino
Também estourou em vendas
Marcando o seu destino
Sem nenhuma escapatória
Que grande composição
Gonzaga rei do baião
Escreveu a sua história

Em torno de cinco anos
Mais de cem discos gravou
Aceitação foi geral
Todo mundo o comprou
Merece dedicatória
É grande a veneração
Gonzaga rei do baião
Escreveu a sua história

Um dia em Mossoró
Eu mesmo fui vê-lo lá
Achava que não cantava
Fui para perto olhar
Dei a mão à palmatória
Escutei seu vozeirão
Gonzaga rei do baião
Escreveu a sua história

Quando se fala em baião
Gonzaga está na frente
O tempo está dividido
Isto tudo é bem patente
Há uma linha divisória
Há esta concepção
Gonzaga rei do baião
Escreveu a sua história

Fez bonito em sua messe
Nunca negou as raízes
Mesmo que em seu canto houvesse
Tintas de todas matizes
Deixou esta invocatória
Ao puxar o acordeão
Gonzaga rei do baião
Escreveu a sua história

Escreveu mui bem escrita
No teclado da sanfona
História muito bonita
Com uma rima bem chorona
Repleta de oratória
Digo sem contestação
Gonzaga rei do baião
Escreveu a sua história

No ano oitenta e nove
Sendo do século passado
Passou para a eternidade
Deixou seu nome aprovado
E gravado na memória
De toda população
Gonzaga rei do baião
Escreveu a sua história

FOI ANTONIO CONSELHEIRO SONHADOR DA LIBERDADE

É filho do ceará
Este ser misterioso
Nasceu no século dezenove
Fui muito religioso
Passou por Ipu, cidade
E em Sobral foi caixeiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Esteve em campina grande
Trabalhou como escrivão
Estudou muitas letras
Recebeu educação
Viu potencialidade
Latim, português primeiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Ficou muito pesaroso
Com a morte de seu pai
Trabalhou no seu comércio
Depois que o velho vai
Não teve capacidade
Para lutar com dinheiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Fechou aquele comércio
Começou perambular
Levando sua mulher
A todo e qualquer lugar
Era quase um esmoleiro
Em qualquer localidade
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Deixou dívidas no comércio
Os cobradores atrás
Estava liso e sujo
Numa vida bem sagaz
Na sua atividade
Ele era estradeiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Viu outra decepção
Na vida acontecer
Sua mulher lhe traiu
Sentiu a dor lhe doer
Diante desta maldade
Já quis ser um justiceiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Tinha bastante cultura
Perdeu a esposa querida
Sofreu bastante agrura
E falhou em sua vida
Não teve oportunidade
Achava-se agoureiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Passou a andar sozinho
Por cidades e fazendas
Por onde ele chegava
A alguém pedia tenda
Na imagem de um frade
Virou mesmo forasteiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Por onde ia passando
Ensinava a rezar
O povo ia gostando
E passou a o venerar
Em qualquer ansiedade
Também era benzedeiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Muitos o acompanhavam
Consideravam-no santo
E ele naqueles trajes
De batina como manto
Gente de toda idade
O achava milagreiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Como tinha grande sonho
Já escolheu um local
Isto foi lá na Bahia
Construiu um arraial
Sem ter estabilidade
Era bastante matreiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Muitos fiéis do nordeste
A ele já se juntavam
Aumentou a população
E assim se animavam
Com muita sagacidade
Foi crescendo o poleiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Lá chamaram de canudos
Todos os seus seguidores
Ele era inteligente
Determinava feitores
Pois viram facilidade
Ali naquele ribeiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Assim pode crescer muito
O arraial de canudos
Faziam casas e igreja
Aquele povo trombudo
Mas tinha autoridade
Treinou povo fuzileiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Os jagunços foram ensinados
A plantar e a caçar
E também foram treinados
A lutar e a matar
Tudo com velocidade
Mesmo sendo povo ordeiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Canudos chegou ao ouvido
Do governo do Brasil
Que não gostou da idéia
E a achou muito imbecil
Com bastante atrocidade
Mandou lá um mensageiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Conselheiro nem ouviu
O seu sonho era alto
O governo então mandou
A força de sobressalto
Foi grande a mortandade
Canudos venceu primeiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Foram três expedições
Até chegar ao final
Com o coronel Moreira
Ali naquele local
Com grande animalidade
E foi grande o braseiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

De fato foi grande a luta
Com a tropa governista
Foram quinze mil cartuchos
Trazidos para esta pista
Lá não houve piedade
Porém tiro de morteiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Caíram pra não morrer
O escritor escreveu
Era ser livre ou morrer
Canudos não se rendeu
Na maior perversidade
Oh povo bravo e guerreiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Após morrer Conselheiro
Os jagunços fraquejaram
Acabou ali o sonho
Que tantos ali sonharam
Muita singularidade
Neste fato derradeiro
Foi Antonio Conselheiro
Sonhador da liberdade

Arnaud Amorim

NUMA CASA DE ESQUINA, VIVI MAIS DE TRINTA ANOS

Cheguei em sessenta e oito
E passei muitos janeiros
Carreguei sempre afoito
Muitas águas dos ribeiros
Bombeadas pelos canos
Condensando chuva fina
Numa casa de esquina
Vivi mais de trinta anos

Bem pintada na paisagem
Num projeto arrojado
Parecendo uma visagem
Tudo reto sem telhado
Assim mesmo nascem planos
Talvez vindos lá da china
Numa casa de esquina
Vivi mais de trinta anos

Quantas lutas dissabores
Passei lá naqueles ares
Plantei frutas, bosques, flores
Naveguei em outros mares
Sofri até muitos danos
Como aquele que atina
Numa casa de esquina
Vivi mais de trinta anos

Ali houve muitas festas
Muitas comemorações
Muitas pancadas nas testas
Por variadas razões
Mas vencemos tudo ufanos
Nesta luta peregrina
Numa casa de esquina
Vivi mais de trinta anos

Muitos invernos passamos
As chuvas grossas caindo
Muitas noites nós deitamos
O som do trovão ouvindo
Cobertos com nossos panos
Respingados na neblina
Numa casa de esquina
Vivi mais de trinta anos

Investimos na família
Esforços, lutas, amores
Pedimos a Deus em vigília
Pra sanar as nossas dores
E os nossos desenganos
Ele muda qualquer sina
Numa casa de esquina
Vivi mais de trinta anos

Deus muito abençoou
Meu trabalho neste ponto
Com sua mão segurou
Por isso agora eu conto
Meus votos não são profanos
Encontrei ouro na mina
Numa casa de esquina
Vivi mais de trinta anos

Sou grato a Deus por tudo
Por derrotas e vitórias
Muitas vezes até mudo
Nas controvérsias inglórias
Nunca fomos desumanos
Segurando nesta crina
Numa casa de esquina
Vivi mais de trinta anos

Arnaud Amorim

FAÇO UM PREITO A TIRADENTES, O MÁRTIR DA INDEPENDÊNCIA

Foi José Joaquim da Silva
Xavier assim chamado
Lá da fazenda Pombal
Um mineiro tão amado
Trabalhou com eficiência
Tinha sonhos bem ardentes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

Ficou órfão a onze anos
For mercador ambulante
Estudou os minerais
Onde aprendeu bastante
Tinha grande abrangência
E posturas coerentes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

Era muito habilidoso
Dentes sabia extrair
Desenvolveu esta arte
Ficou conhecido ali
Caminhou nesta tendência
Extraindo muitos dentes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

Pertenceu ao regimento
Dragões de Minas Gerais
Era muito corajoso
Herdou de seus ancestrais
Mas agia com prudência
Com os seus adjacentes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

Também já foi um alferes
Sendo muito justiceiro
Prendeu muitos assassinos
Mesmo sendo homem ordeiro
Defendia a decência
Desde seus antecedentes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

A Colônia brasileira
Crescia materialmente
Portugal então levava
Muitas riquezas da gente
Era grande a exigência
Começaram os incidentes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

Estes acontecimentos
Na colônia despertaram
Anseio de liberdade
E muitos assim sonharam
Com bastante refulgência
E seus desejos latentes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

Neste ínterim ocorria
A independência americana
Diante da Inglaterra
Numa ação bem soberana
Aumentando a efervescência
Entre os homens emergentes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

Muitos jovens brasileiros
Na Europa estudavam
E voltando para o Brasil
O clima eles esquentavam
Com sua proeminência
E idéias envolventes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

A cobrança de impostos
Era muito exorbitante
Portugal sempre aumentava
As taxas naquele instante
Agia com intransigência
Em todos os ambientes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

O conde de Barbacena
Já agendava a derrama
O aperto seria enorme
Toda a colônia reclama
De tamanha prepotência
Decretos muito afligentes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

Tiradentes na vanguarda
Atrás artistas, poetas
Militares, sacerdotes
Em ações muito secretas
Começava a providência
Com homens bem competentes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

Destarte em Rila Rica
Tramaram a conspiração
Seria exatamente
Na derrama a rebelião
Programada a transcorrência
Idéias bem consistentes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

Joaquim Silvério dos Reis
Sendo amigo e companheiro
Quem jamais imaginava
Que fosse tão traiçoeiro
Preparou a inconfidência
Foi covarde e dissidente
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

Lá no Rio de Janeiro
A nova espalha ligeiro
Já prenderam Tiradentes
Na rua do Latoeiro
Começava a penitência
Com ele foram coagentes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

No ano noventa e dois
Sendo do século dezoito
Em vinte e um de abril
Foi enforcado o afoito
Foi um fim na virulência
Em cenas tão comoventes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

For mártir da liberdade
Por ser então enforcado
Mais algum tempo depois
O Brasil foi libertado
Encerrando a dependência
Dos portugueses inclementes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

Deixo aqui esta homenagem
Ao grande libertador
Que pagou um preço caro
Num gesto de grande amor
Dando-nos a iminência
De liberdades latentes
Faço um preito a Tiradentes
O mártir da independência

Arnaud Amorim

A REVOLTA DOS COLOMBOS FOI UM ATO DE CORAGEM

Da áfrica vieram os
Fortes navios negreiros
Em viagens cansativas
Cheios de prisioneiros
Foi uma triste viagem
Comiam até retombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Precisavam mão de obra
Europeus gananciosos
Souberam que lá da África
Vieram negros fogosos
Começou a corretagem
Batiam neles quão bombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Muitos negros aqui chegaram
Vindos da banda de Angola
Apanhavam no trajeto
Também não tinham escola
Viajavam na bagagem
Muitos doentes de trombo
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

A moda ali no momento
Era o comércio humano
Desrespeitavam os negros
Sob um regime tirano
Tratados como selvagem
Muito chicote nos lombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Os negros então fugiram
Numa noite muito escura
Só queriam liberdade
E uma vida mais segura
Estavam em desvantagem
Mas tinhas alma de pombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Quilombos se organizaram
Como foi o de Palmares
Juntaram religiões
Construíram seus altares
Mata fechada ou na vagem
Sempre ouviam os ribombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Assim bem organizados
Grupos bem constituídos
Tinham até vinte mil negros
Também eram guarnecidos
Prá enfrentar sacanagem
No espinhaço mil calombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Ficavam na mata escondidos
Muito bem amotinados
Aprendiam artes de guerra
Todos eram bem treinados
Sabiam levar vantagem
Moravam lá em biombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Tudo isto foi prenuncio
Da liberdade sonhada
Finalmente a lei áurea
Pode então ser assinada
Com respeito à sua imagem
Negros não merecem tombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Ainda há preconceitos
Dentro de todas as cores
São defendidos conceitos
Atrapalhando os amores
Ocorre em toda linhagem
Nas relações muitos rombos
A revolta dos quilombos
Foi um ato de coragem

Arnaud Amorim

DE DEVEDOR A CREDOR

Noticia muito importante
Da qual quis ser sabedor
Já circula nos jornais
Causando grande rumor
O Brasil está mudando
De devedor a credor

Diante grandes mazelas
Da política brasileira
Com tantas noticias ruins
Numa prática rotineira
Finalmente algo bom
Vem mudar a desgraceira

A notícia já circula
Em âmbito internacional
As reservas brasileiras
Perfazem hoje um total
Nos dando a condição
De sair da espiral

As nossas exportações
Começaram a aumentar
Gerando saldo de caixa
E isto veio animar
A produção brasileira
De forma espetacular

No ano dois mil e cinco
O Brasil já tinha caixa
Resgatou o FMI
Foi pagando e dando baixa
Clube de Paris, C-Bonds
Zerou, passou a borracha

Isto chama a atenção
De grandes investidores
De vários outros paises
Que destinam seus valores
Para nossa economia
Dando-nos outros sabores

Oxalá que isto venha
De forma bem contundente
Melhorar situação
No Brasil de tanta gente
Que até aqui esperou
Sofrendo carência ingente

Só temo que isto seja
mais falácia do PT
Ou mais uma reportagem
Publicada na TV
Que estamos acostumados
Diariamente a ver

Arnaud Amorim

ASSALTARAM LOGO O VALENTÃO

Minha esposa e sua mãe
Iam ao supermercado
Em torno de cinco horas
Eu fiquei preocupado
Pois é justo neste horário
Que o povo é assaltado

Num instinto natural
Eu falei de supetão:
- Esperem só um pouquiinho
Esta hora é de aflição
Eu também vou com vocês
Vou lhes dando proteção

Fomos os três pela rua
Eu tomei logo a frente
Achando que como homem
Poderia ser valente
Enfrentaria o assaltante
Que mexesse com a gente

Ao dobrar primeira esquina
Ali no meio do asfalto
Ao passar por um rapaz
Ele gritava bem alto
Com uma arma não mão
Anunciando o assalto

Ele disse: - Passa! Passa!
Vai logo seu vagabundo!
Já pensou que disparate
Um infeliz tão imundo
Me tratar desta maneira?
Fiquei branco e iracundo

Fiquei desorientado
Naquela situação
Não pensei nem um segundo
Dei-lhe um grande empurrão
Afastando-o para longe
Com a força do safanão

Naquele exato momento
Vi dois rapazes correndo
Para dar cobertura
Aquele ato horrendo
Minha esposa então gritou
Com a sua voz tremendo:

- Depressa! Corra Arnaud!
Adrenalina na mente
Eu corri naquele instante
Sentindo meu sangue quente
Perdi até os chinelos
Com o pulo que dei pra frente

Nunca briguei nem com um
Com três iria brigar?
Resolvi correr ligeiro
Procurei qualquer lugar
Por que estava com medo
E não queria apanhar

Passei no meio dos carros
Na rua em movimento
Enfrentando o perigo
De um atropelamento
Consegui chegar na esquina
Coração em batimento

Ouvi quando eles gritaram
Correndo em disparada:
- Sujou! e foram em frente
Seguindo pela calçada
Voltamos todos prá casa
E não compramos mais nada

É tudo muito ligeiro
Como se fosse um aceno
Depois a policia passa
E vistoria o terreno
A gente volta pra casa
Com a sensação de pequeno

Senti a ficha cair
Depois do fato ocorrido
O sangue foi esfriando
Fiquei muito arrependido
Se ele tivesse atirado
Poderia ter morrido

De fato logrei bom êxito
Neste assalto que sofri
Não aconselho ninguém
Agir como eu agi
Foi Deus quem me permitiu
Viver e contar aqui

O que achei interessante
Neste fato em questão
Eu tentei dar às mulheres
Plena e total guarnição
Mas eles logo pegaram
O inditoso o valentão

- Mas que valentão que dada
Sou mensageiro da paz
Nunca briguei com ninguém
Sempre fui um bom rapaz
Jamais iria enfrentar
Um malvado ladravaz

Deus nos livra, fique certo
Ele em sua palavra diz:
- Caem mil à tua direita
Mas tu serás bem feliz
Pois não serás atingido
Garante o grande juiz


Arnaud Amorim

TECNOLOGIA DE PONTA

As gigantes da tecnologia mundial estão focalizando caminhos bastante interessantes e auspiciosos para trilharmos nestes breves dias. Temos ouvido falar muito de TV digital, com o grande salto de qualidade em definição e interatividade. Igualmente, aguardamos a telefonia de terceira geração, que nos permitirá navegarmos pela Internet, vermos clipes e assistirmos as novelas e jornais, na própria telinha deste campeão de vendas. Antes mesmo de vermos a chegada desta televisão de altíssima definição e de fazermos a transição para a telefonia 3G, o cinema que parecia adormecido e obsoleto, com o advento do DVD, ataca novamente, com força total, com a projeção tri-dimensional. Nos estados Unidos já existem mais de mil cinemas instalados. Temos apenas um no Brasil, em São Paulo. Mas esta moda vai pegar também. As vendas de bilheterias explodem onde o cinema 3D chega. As bilheterias vendem quatro vezes mais. É só pegar os óculos apropriados e ver as imagens saindo da tela!!
Pelo visto, temos grandes novidades nestes próximos dias. Eu, que sempre gostei de tecnologia de ponta, já estou esperando o que vem por ai.

Arnaud Amorim

RETRATO DE MINNA CASA

Como esquecer se morei lá por quinze anos
E justamente no meu tempo de menino?
Minha mente gravou tudo no meu tino
Tudo pintado em quadros cotidianos

A casa grande de alpendre e cumeeira
Calçada alta de pedra branca no oitão
Na sala havia um andar térreo igual sótão
Em frente o açude e a serra costumeira

Não esqueço o retrato de minha casa
Está gravado a ferro, fogo e brasa
Na memória viva, está em meu viver

Um dia fui embora para o mundo
Mas não o esqueço nem mesmo um segundo
Está gravado muito forte no meu ser

Arnaud Amorim

KÁTIA, NOTA DEZ!

Valeu, Kátia, foste igual a uma criança
Trouxeste muita alegria em teu peito
Como gosto de te ver daquele jeito!
Seguraste o bom humor lá na festança

Como é bom quando o riso irradia
Trazendo leveza a todo o ambiente
E assim vai contagiando toda gente
Em pouco tempo quem domina é alegria

Quando criança, eras a maior estrela
Cantavas e todos queriam vê-la
Apresentaste-te de fato como és

Foste a criança refletida num espelho
Mereceste um tapete bem vermelho
Naquela noite a tua nota foi dez!

Arnaud Amorim

domingo, 24 de fevereiro de 2008

AMIGO VERDADEIRO

Estávamos desgarrados, ovelhas sem pastor
Perdidos em delitos e grande sofrimento
Na escuridão do abandono e tormento
Íamos na direção do grande horror

Mas Deus nos amou de tal maneira
Que se fez carne e morou entre nós
Pagou na cruz um jugo muito atroz
Para nos dar a vida eterna e inteira

Temos bússola, direção e um norte
Ele é homem e também é Deus forte
Já não somos simples aventureiros

Esperamos tão somente o grande dia
Em que seremos chamados com alegria
Pelo Rei dos reis, amigo verdadeiro

Arnaud Amorim

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

ALINE

Eu queria encontrar na imensidão
Um nome que fosse puro, doce e limpo
Mas no primeiro segundo de garimpo
Já o vi brilhando em minha mão

Alegro-me por ter sido o primeiro
A ver o brilho desta pepita de ouro
Enriquecendo grandemente meu tesouro
Logo hoje, vinte e dois de fevereiro

Outrora há algum tempo, neste dia
Deus usou de extrema sabedoria
E a fez nascer para que brilhe e fascine

Faço um preito a esta estrela radiante
És singela e ao mesmo tempo tão brilhante
Parabéns, saúde e paz, querida Aline

Arnaud Amorim

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

YASMIN

Você já viu a singeleza de uma rosa
Em casa, na roseira ou no jardim?
Já cheirou calmamente um jasmin?
Nunca havia feito ação tão prazerosa !

A beleza desta rosa é muito linda
Seus olhinhos brilham como estrela viva
Seu sorriso é tão sincero que cativa
Eu não havia reparado isto ainda!

A leveza que irradia adoça e encanta
Tão novinha e inocente como uma santa
Abençoando tanto minha vida assim

Só posso muito a Deus agradecer
Poder brincar, abraçar, cheirar e ver
Minha linda neta, rosa Yasmin


Arnaud amorim

domingo, 17 de fevereiro de 2008

HORMÔNIOS

No inicio estão inertes esperando
O momento adequado e oportuno
Na puberdade fazem quão netuno
Vão seus ciclos de ação iniciando

Pelos, barba e voz, a chama acesa
No macho vem agindo a testosterona
O estrogênio na mulher igual madona
Dá-lhe as formas sinuosas da princesa

Basta um olhar, um toque, estimulação
Na plenitude do amor há fecundação
O milagre da vida ocorre, irradia

Na velhice voltam à inatividade
Vai apagando a chama nesta idade
Tudo termina da forma que principia

Arnaud Amorim

sábado, 16 de fevereiro de 2008

MARTA OU MARIA?

Uma quedava-se a seus pés e o ouvia
Estava ávida pelos seus ensinamentos
Perdoada sentia o alivio dos tormentos
Escolhera a boa parte, esta é Maria

A outra corre e do trabalho não se farta
Viu a irmã, aos pés do mestre e reclama
Como ficar assim inerte, não me ama?
Senhor, ordena que me ajude! esta é Marta

Oh Marta por que estás tão inquieta?
Deixa-a extravasar com o profeta
Faz o melhor e quem daqui a tiraria?

Como tenho usado os tempos meus?
Só trabalho e correria ou paro para Deus?
Tenho feito como Marta ou Maria?

Arnaud Amorim

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

VÃ LOUCURA

No firmamento navega a embarcação
Rasgando céus somente a letra morta
O líquido fluiu em evaporação
Resta um extra-uterino em vida torta

Carro desgovernado em solo americano
Artigo escrito em jornais espanhóis
Paixão solitária frente ao órgão humano
Ser vivente, brisa escura sem ver sóis

Vida imersa nesta constante disputa
Galga e solta o ar em contínua luta
Inconstante ser que arranha e segura

Pensamentos vãos, correntes disparadas
Que rasgam céus nas loucas madrugadas
Devaneios surreais de vã loucura

Arnaud Amorim

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

MINHA SINGELA HISTÓRIA

Suplico ao Deus das luzes
Senhor de toda a glória
Que ajude a este humilde
Iluminando a memória
Para poder versejar
Narrando a sua história

No ano quarenta e sete
Sendo do século passado
Janeiro dia vinte e três
Nasci e fui bem amado
La na fazenda Torada
A minha mãezinha amada
Me dava leite de gado

De numerosa família
Filho de Chico Amorim
No cartório é Francisco
Deixe-me explicar assim
Homem de grande valor
Deu a todos muito amor
E também o deu a mim

Lembro muito minha mãe
Trago na recordação
O seu nome é Amélia
Mulher de grande visão
Ela teve vinte filhos
Criou dezesseis nos trilhos
Com amor no coração

Eu sempre fui sonhador
Desde o tempo de menino
Mesmo na luta de casa
Só fiz alguns desatinos
As mangas jasmin furei
Os açudes arrombei
Apanhei igual ao sino

Pois foi deixe eu contar
Eu sai de casa cedo
Fui ao sítio de manhã
De nada eu tinha medo
Na baixa de arroz passei
Vários baldos encontrei
Pensei que era brinquedo

Arrombei, achei bonito
Gostei daquela enchente
Muita água escorrendo
Prossegui e fui em frente
Fui a todos arrombando
Água bem fria rolando
Por cima dos pés da gente

Cheguei na mangueira em frente
Bem no meio do baixio
Procurei mangas maduras
Naquela hora de frio
Eu não encontrei nenhuma
As verdes de uma em uma
Furei, veja meio feitio

Fiz a volta na mangueira
Não subi, fui pelo chão
Fui furando com a unha
Veja só a minha ação
Inocente ia furando
As mangas atrás chorando
Igual leite de pinhão

O meu pai por lá passou
Conheceu minha pegada
Voltou pra casa irado
Com a cara avermelhada
Ai a pisa foi feia
Foi bem uma dúzia e meia
De grandes e boas lapadas

Baldos podiam arrombar
Mas não por meu intermédio
Mangas não iam pingar
Nem que fosse prá meu tédio
Oh bicho bom é a peia
Não é santo de areia
Mas é um grande remédio

Aprendi me corrigi
Sem guardar nenhuma panta
A vida lá continua
Com café, almoço e janta
Lembrança de vida boa
Trabalhar cantando loa
Mas sem forçar a garganta

A escola era ao lado
Naquela casinha branca
Cartilha de ABC
Professora muito franca
As letras fui emendando
O estudo aumentando
No saber que alavanca

No inverno muita planta
Para limpar de enxada
A fazenda muito linda
Toda de verde pintada
Pois nascia a jitirana
Da cor do sitio de cana
Oh vida boa danada

O tronco do capim verde
O rebanho sempre cata
Um bezerro escramuçando
Quão ligeiro acrobata
Prá matar a nossa fome
Mamãe traz, a gente come
Um bom prato de batata

Nunca mais pude esquecer
O banho no açude em frente
Patos marrecos a nadar
Passando perto da gente
Duas casacas de coro
Repetindo em seu choro
Na disputa mais plangente

A continuação do estudo
Eu fiz sem nenhum responso
Estudei muito e aprendi
Nunca fui aluno sonso
Todo dia o trote lento
Cavalgando num jumento
Á cidade Almino Afonso

À noite a gente dormia
Na rede armada na sala
Bastava papai mandar
Silêncio! a gente calava
Só se ouvia um boi mugindo
O telhado refletindo
O odor da neblina rala

Na moagem ainda lembro
A garapa na panela
No gigante os bois rodando
Nunca esqueci a tela
O tangedor aboiando
O mel fervendo e pulando
Cheiro forte de gamela

Um dia eu escutei
A professora falar:
- Tem futuro, d. Amélia
O estudo continuar
Arnaud é inteligente
E será conveniente
Mandá-lo pro’outro lugar

Mamãe depois me falou
Que em Mossoró havia
Uma senhora da família
Leitor, veja a sintonia
Era a minha madrinha
Que cedo já ido tinha
Morar lá e eu não sabia

Uma carta foi escrita
Para madrinha Didi
Gentilmente perguntando
Se eu poderia ir
Já respondeu de bom grado:
- Mande já meu afilhado
Para estudar aqui

Ainda lembro a viagem
Da fazenda à cidade
Fui com tio Zé Caetano
Amigo bom de verdade
O jumento vai andando
Do olho a lágrima rolando
Num soluço de saudade

Ainda quero dizer
Que uma juriti eu tinha
Criada numa gaiola
Lembrei disto agorinha
Acho que senti igual
Entre ela e o pessoal
A saudade da bichinha

Ao chegar na estação
Era tudo diferente
Ele comprou as passagens
A malota em nossa frente
O trem na curva gemendo
A fumaça descrevendo
Uma imagem plangente

Chegamos em Mossoró
Por volta do meio dia
Fomos ao destino certo
Que ele já conhecia
Fui muito bem recebido
Por todos muito querido
Mas a dor permanecia

Já na semana seguinte
Seguimos ao seminário
Para fazer umas provas
De conta e vocabulário
Exame preliminar
Para poder adentrar
Lá naquele educandário

Passados uns poucos dias
Recebi o resultado
Chegava um envelope
E dentro escrito aprovado
Foi grande a alegria
Já avisei em qual dia
Voltaria ao povoado

Que diferença tremenda
Há entre a vinda e a volta
Uma é muito dolorida
Na outra a dor se solta
Uma cantiga bem boa
O peito alegra e entoa
Para apagar a revolta

Ao chegar na estação
Da minha terra natal
Foi grande a recepção
Muita gente no local
Veio gente da fazenda
Outros da rua na agenda
Foi tudo muito legal

Na fazenda houve festa
Para todo mundo ali
No alpendre muitas redes
E também a juriti
Todos alegres falando
Ali me homenageando
Grande emoção eu senti

No seguinte fevereiro
Voltei para o seminário
Já bem mais acostumado
Já sabia o itinerário
Foi no dia dezesseis
Comecei primeira vez
A estudar, fazer rosário

Ainda lembro o local
Lá na praça do congresso
Vejo aqui na minha mente
Os três prédios, eu confesso
É patrimônio tombado
Pelo meu peito marcado
No coração submerso

Ali passei quatro anos
De sessenta para a frente
Progredi nos meus estudos
Mas achei conveniente
Nunca tive vocação
Prá ser padre ou sacristão
Sair amigavelmente

Vamos situar no tempo
Eu só tinha quinze anos
Nunca tinha namorado
Era como um puritano
Ou como um botão em flor
No terreno do amor
Não tivera desengano

Fui prá casa de um amigo
O seu nome é Dãozinho
Ozinha é sua esposa
Foram pérolas no caminho
Casal bom e muito altivo
Talvez o diminutivo
Expressem este carinho

Um dia na padaria
Na rua Zé de Alencar
Passou uma moça bonita
Eu comecei a olhar
Perguntei o nome dela
Daquela linda donzela?
Que jovem tão singular!

Depois eu soube é Núbia
Alguém ali respondeu
Se há amor à prima vista
Este amor ali nasceu
Sempre que meu olho a via
Coração forte batia
E ela correspondeu

Um dia nos encontramos
Na praça da conceição
Enquanto mais conversava
Mais aumentava a feição
O amor é uma semente
Que nasce dentro da gente
E cresce no coração

O amor tem seus percalços
Minha família não queria
Meu irmão veio de carro
Buscar-me um belo dia
Prá recife iam me mandar
Somente para estudar
Como o meu peito ardia!

Quando Deus traça um destino
Ninguém vai mudar seus planos
Em novembro, dia três
Daquele presente ano
Nos casamos na capela
Tão bonitos eu e ela
Juntamos os nossos panos

Foi na praia de Tibau
A nossa lua de mel
Naquela paisagem linda
Que o amor abre o seu véu
Como ele é doce e quente
Que adoça e queima a gente
Como um forte fogaréu

Recordações ainda guardo
Do meu primeiro trabalho
Na cervejaria Brahma
Vi a cor do bom cascalho
A gente vai trabalhando
E o dinheiro vai pegando
Como a rede de tresmalho

Sessenta e sete o ano
Vinte e sete foi o dia
Lembro foi no mês de julho
Karla Michelle nascia
A mãe sofrendo e vai
Mas a dor quem sente é o pai
Como em mim isto doía

Esperei muito um filho
Mas nasceu menina linda
Não vou contar os detalhes
Mas de tudo lembro ainda
Vimos nossa filha amada
Em tanto tempo sonhada
E era muito bem vinda

Arranjei outro emprego
A despesa aumentava
Agora éramos três
O dinheiro já não dava
Na outra firma então
Fui pesador de algodão
Um pouco mais eu ganhava

Sessenta e oito era o ano
Eu pagava aluguel
Soube que havia casas
Lá no Walfredo Gurgel
Ainda lembro o dia
Que tive a maior alegria
Ao morar perto do céu

Foram tantas emoções
Que tive nesta mudança
Eu estava bem feliz
Nesta hora de bonança
A casa era pequenina
Eu, Núbia e nossa menina
Tempo de muita esperança

Um ano e pouco depois
Deus nos deu outro presente
Nascia Kaline Mirelle
Alegrando o lar da gente
Parto normal e ela vinha
Nossa segunda rainha
Mais uma flor ali presente

Já no ano de setenta
Tivemos copa do mundo
O Brasil foi tri-campeão
Não esqueço um segundo
Fato marcante viria
Abrimos a padaria
Projeto grande e profundo

O leitor veja importância
Do projeto em nossa vida
Através dele podemos
Dar proteção e guarida
Na família investir
Poder também possuir
Mais bens melhor acolhida

No ano setenta e hum
Deus nos deu mais um presente
Nasceu mais flor na roseira
Perfumando o ambiente
Chegava Kátia Samara
Que prá nós foi muito cara
Alegrando toda a gente

O governo neste ano
Construía o porto ilha
Núbia está na padaria
E eu fui para esta trilha
Na empresa Ribeiro Franco
Trabalhei tive um arranco
Naveguei na sua quilha

Sim, fazia o pagamento
Da folha em alto mar
Era grande o sofrimento
Toda semana ia lá
Pegava a lancha no cais
Balançava até demais
Chegava até a enjoar

O leitor sabe do arranco
Que falei ali atrás
É porque com o dinheiro
Que ganhei já fui capaz
As máquinas eu compraria
Para a minha padaria
Fui competente, rapaz
Veja como a gente faz

Industria estruturada
Já nos deu a condição
Produto de qualidade
Aumento de produção
Tudo era de primeira
Pude vendê-los na feira
De toda a região

No ano setenta e quatro
A empresa paulistana
Concluiu o porto ilha
Eu sai peguei a grana
Investi na residência
Primeiro andar excelência
Tudo bonito e bacana

Melhorou a condição
O negócio expandido
Socorremos muita gente
Ao meu povo tão querido
Várias casas fui comprando
A uns cedendo, ajudando
Deixando o povo assistido

Eu não sou pretensioso
E nunca fui egoísta
Não guardei grana em banco
Jamais fui acionista
Meu prazer era ajudar
Alegrei-me em alegrar
Eu sempre andei nesta pista

Em torno de cinco casas
Eu comprei para os parentes
Além de emprego e terrenos
Deixando todos contentes
Socorro de grande monta
A Deus irão prestar conta
É bom deixá-los cientes

No ano setenta e nove
Mais uma filha pequena
Deus nos dava de presente
Era Kaliane Yslena
Com riso e simpatia
Trazendo muita alegria
Para todo o ambiente

No ano oitenta e um
Compramos casa em tibau
Lá fizemos muitas festas
Veraneio e carnaval
Se fosse tudo contar
O leitor iria cansar
Ou lhe trazer algum mal

Quero contar só um fato
Que passou num carnaval
Grande som e batucada
Tocador instrumental
Muita gente ali na mesa
Havia grande despesa
Tudo do meu capital

Deixamos nosso negócio
Na mão de gente incapaz
Muita comida e bebida
Bastante gente atrás
A casa bem lotadinha
Minha esposa na cozinha
Gastando todo seu gás

Oitenta e quatro o ano
Um filho a Deus pedia
Para sarar desengano
A oração atendia
Se o justo faz oração
Vem filho do coração
Trazendo muita alegria

Deus nos dava aquele filho
Tão longamente sonhado
Arnaud filho é seu nome
Logo assim foi batizado
Filho é bênção de Deus
Alegra os anseios meus
O time está encerrado

No ano oitenta e cinco
O negocio já sentia
Aquela falta de zelo
Frente a nossa padaria
Ainda havia mesmo assim
Três carros em frente a mim
Gastando bem todo dia

Tive a idéia interessante
De mover outro negócio
Pensando em completar
O dinheiro e o ócio
Abri o bar paraíso
Para isto foi preciso
Dinheiro, trabalho e sócio

Foi o tempo mais atroz
Que passei em toda a vida
Ficar à noite em claro
Levar a esposa querida
Canseira e muito enfado
A padaria de lado
Na longa estrada perdida

Agüentamos dois anos
Nesta luta tão tremenda
Havia até movimento
Despesa e pouca renda
Deus parece não faz nada
Se o labor não lhe agrada
Tive que procurar venda

Crescem os filhos vão casando
Igual a um passarinho
A saudade vão deixando
E vão voando do ninho
Pensava os filhos são meus
Depois vi que são de Deus
Vamos ficando sozinhos

No ano noventa e três
A angustia era pesada
Todo mundo revoltado
Na trilha da caminhada
No céu brilhou uma luz
E tivemos em Jesus
Nossa dor atenuada

Deus mostrou sua bondade
Tudo Ele assiste e vê
Nos deu oportunidade
Através do ECC
Foram os três dias mais lindos
Muito amor e Ele vindo
A nós dois nos socorrer

Nos caminhos do Senhor
Vi que o amor dEle é alto
Tive o honrado prazer
Fizemos de sobressalto
Um templo de pregação
Louvor e adoração
É a Igreja do Planalto

Agüentamos quatorze anos
Só ali na padaria
No ano dois mil e um
Deus então já abriria
Pega na mão com firmeza
Nos traz para Fortaleza
Porta de grande alegria

Hoje temos oito netos
Veja que prazer profundo
Desculpe você leitor
São os mais belos do mundo
Como é bom beijar um neto
A gente faz com afeto
E o amor mais fecundo

Deus nos deu casa e comida
Até aqui não faltou
Enquanto dormimos à noite
Tudo providenciou
Isso dizemos a ti
De forma que até aqui
O Senhor nos ajudou

A gradeço toda a sua atenção
R registrada nesta leitura tão bela
N ão poderia deixar a ocasião
A qui pintar-lhe esta linda aquarela
U ma vez mais lhe digo - Muito obrigado
D desculpe algum traço torto nela

Arnaud Amorim